Dos 71 anos de vida, mais de três décadas foram dedicadas ao rádio. Nilvo Vieira Sarmento talvez seja pouco conhecido, mas, o nome artístico Castelinho certamente ultrapassou as fronteiras de Carazinho e região.
O ícone do rádio, a voz amiga do povo e o comunicador defensor da música sertaneja de raiz silenciaram para sempre na tarde desta segunda-feira (12). Há um ano e dois meses lutando contra um câncer, Castelinho não resistiu à doença e faleceu, entristecendo fãs e toda a comunidade carazinhense.
Ele morreu internado Hospital de Caridade de Carazinho (HCC). “O tempo todo após enfrentar o câncer ele esteve consciente. A doença se agravou e não foi mais possível fazer o tratamento. No Hospital, ele continuava a fazer a locução dos comerciais”, conta Sandra Cabral Leite, uma das filhas de Castelinho.
O comunicador teve o seu nascimento registrado em 27 de dezembro de 1944, em Passo Fundo. “Ele nasceu e morreu lutando para viver. Após o parto, ele foi colocado em um cesto em um rio e foi encontrado por uma lavadeira, que o entregou para um casal que não podia ter filhos”, relata Sandra. Em entrevista concedida para Jussara Sirena, diretora do Grupo Diário da Manhã, Castelinho contou que tinha 34 anos quando conheceu sua mãe biológica.
Ele iniciou a carreira na Rádio Carazinho, hoje Diário AM 780, com um programa das 18h30min às 19h. Depois, transferiu-se para a Gazeta. Castelinho teve passagens por outras emissoras, mas, teve maior tempo de permanência na Gazeta, onde foi a segunda pessoa a fazer locução na emissora.
Além da dedicação aos anúncios publicitários, Castelinho foi um defensor da música sertaneja de raiz. “Ele enfrentou muita resistência, porque a música sertaneja não era vista como é hoje. Quando ele começou era tudo por LP’s, e ele tinha quatro ou cinco discos para fazer um programa. Uma vez, chegaram a riscar um LP do Milionário e José Rico”, relembra a filha.
Os bordões inesquecíveis
O comunicador era conhecido pelos bordões “Vizinha, Vizinha…” e “fique com Deus que eu também vou ‘simbora’ com Deus”, frase que ele dizia no encerramento das atrações que apresentava, além da chamada para que as crianças não perdessem o horário da aula. O barulho do martelinho na hora de divulgar o resultado das loterias era outra característica marcante dos programas do radialista.
Castelinho concorreu duas vezes ao cargo de vereador em Carazinho, não se elegendo. Além da paixão pelo futebol, e pelo Internacional, seu clube do coração, Castelinho também gostava de passar o tempo com a família. “Não tem o que dizer dele como pai, ele era sempre agregador. Ele tinha cinco filhos e gostava que nos reuníssemos para assar uma carne de ovelha, passávamos as tardes com ele. Ele nos apoiava em tudo”, destaca Sandra.
Castelinho era casado com Lourdes Cabral Sarmento e deixa os filhos Jackson Cabral Sarmento, Jonatã Cabral Sarmento, Jareston Cabral, Sandra Cabral Leite e Solange Cabral Algayer.
PREMIAÇÕES
Por muitas vezes, Castelinho, (foto, camisa azul), recebeu o prêmio Top of Mind/Líder, como o “Comunicador de Rádio” mais lembrado de Carazinho e da Região Norte do Estado.
