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O 51° Festival de Cinema de Gramado presta homenagem a duas personalidades notáveis: Lucy Barreto e Ingrid Guimarães.

Pela primeira vez na história, todas as honrarias foram concedidas a mulheres

Na noite do último dia 11 de julho, o charme do Festival de Cinema de Gramado brilhou no Rio de Janeiro. Após apresentar as 39 produções que compõem as mostras de Longas-Metragens Brasileiros, Documentais e Gaúchos, e os Curtas-Metragens Gaúchos em Gramado na semana passada, o evento revelou os 12 filmes que concorrerão aos Kikitos na categoria de Curtas-Metragens Brasileiros, além dos homenageados desta edição: Lucy Barreto e Ingrid Guimarães.

O anúncio ocorreu em um evento realizado no hotel Prodigy Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com a apresentação da jornalista Renata Boldrini. O encontro contou com a presença do Vice-Prefeito de Gramado e secretário de Turismo, Luia Barbacovi, a presidente da Gramadotur, Rosa Helena Volk, os curadores Caio Blat e Marcos Santuario, realizadores, produtores, atores e jornalistas.

Caio Blat, estreante na curadoria, destacou a importância de Gramado como o mais relevante festival de cinema do país: “Para mim, a grandeza de um festival está na seleção forte, de qualidade, com diversidade, que exibe a potência do cinema brasileiro. Com a seleção deste ano, posso afirmar que Gramado é o maior festival de cinema do Brasil”.

A seleção dos Curtas-Metragens Brasileiros foi realizada por Carolina Canguçu, Giordano Gio e Giuliana Maria, que avaliaram 635 produções. Os filmes selecionados vêm de quase todas as regiões do país, incluindo Minas Gerais, Rio de Janeiro, Roraima, Rondônia, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Sul, São Paulo e Espírito Santo.

Durante o evento, foi apresentado o tão aguardado trailer da série “Cangaço Novo”, uma produção original da Amazon que terá sua estreia mundial em Gramado. A exibição da série acontecerá em uma sessão especial, fora da competição, no Palácio dos Festivais, no dia 14 de agosto, segunda-feira. Emocionados e ansiosos para compartilhar sua jornada intensa e especial com o público, os protagonistas Allan Souza Lima e a estreante em Gramado, Alice Carvalho, expressaram sua alegria.

Allan Souza Lima, um dos protagonistas da série, expressou sua felicidade: “Estou muito feliz em estrear ‘Cangaço Novo’ em Gramado, um festival que faz parte da minha vida e da minha carreira. Mal posso esperar para compartilhar com o público tudo o que vivemos nessa jornada intensa e emocionante.”

Alice Carvalho, que participa pela primeira vez do festival em Gramado, compartilhou sua emoção ao ver o trabalho finalizado e pronto para o público: “A força que a série transmite é um reflexo das relações que construímos dentro e fora do set, envolvendo todos os profissionais – desde os motoristas até o elenco e a equipe de pós-produção. Fomos profundamente tocados e transformados por essa experiência de oito meses no cariri paraibano e no seridó potiguar. O resultado é emocionante, pois realmente nos emocionávamos todos os dias durante as 110 diárias de filmagem.”

A série estará disponível no Prime Video em mais de 240 países e territórios a partir do dia 18 de agosto, permitindo que o público ao redor do mundo também desfrute dessa emocionante produção.

A homenagem é pra elas

Em sua 51ª edição, o Festival de Gramado alcança um marco histórico ao prestar homenagens a cinco mulheres de inestimável importância para o cenário audiovisual brasileiro. Reconhecendo a notável contribuição feminina no cinema, as honrarias deste ano foram dedicadas a mulheres excepcionais.

A produtora Lucy Barreto foi agraciada com o Troféu Eduardo Abelin, em reconhecimento à sua brilhante carreira e ao impacto que deixou na cinematografia nacional. Por sua vez, Ingrid Guimarães foi homenageada com o Troféu Cidade de Gramado, em virtude de sua capacidade única de levar milhões de pessoas ao cinema, encantando-as com suas obras.

Juntando-se às atrizes Laura Cardoso e Léa Garcia, que receberam o prestigiado Troféu Oscarito, a mais antiga homenagem concedida pelo festival, e à talentosa Alice Braga, agraciada com o Troféu Kikito de Cristal, o evento celebrou a trajetória de mulheres que moldaram e continuam a construir a história do cinema no Brasil.

Para Rosa Helena Volk, essa decisão representa o reconhecimento merecido da visão feminina no universo audiovisual. “Pela primeira vez em nossa história, todas as nossas honrarias foram concedidas a mulheres. Isso reflete a importância das diversas gerações de mulheres que contribuíram e continuam a enriquecer o cenário cinematográfico brasileiro”, afirma a organizadora.

Com Léa Garcia e Laura Cardoso como pilares fundamentais do audiovisual, e Alice Braga, que leva a qualidade do nosso cinema ao exterior, as homenagens se estendem a Lucy Barreto, cujo trabalho notável deixou uma marca indelével na cinematografia do país, e a Ingrid Guimarães, que cativou o público e conquistou admiradores com suas obras no cinema.

Lucy Barreto receberá o troféu Eduardo Abelin

Quando vida e obra são indissociáveis, tornam-se sinônimos. Mineira de Uberlândia, Lucy Barreto é sinônimo de cinema brasileiro. Com 90 anos completos em 2023, desde o final da década de 1960 se dedica à carreira cinematográfica, que iniciou na parceria com o diretor Cacá Diegues, como assistente de cenografia em Os herdeiros, de 1968. Nesse mais de meio século, ficou reconhecida internacionalmente pela intensa atuação à frente do audiovisual brasileiro. Não demorou muito para que encontrasse sua vocação, que lhe renderia participação nos anais da cinematografia brasileira: a produção. Já no primeiro ano da década de 1970, estreou como produtora em O Homem das Estrelas, de Jean-Daniel Pollet. Entre os anos 1970, 1980, 1990 e 2000, produziu importantes obras do cinema brasileiro, como Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), vencedor de três Kikitos, Bye Bye Brasil (1980), O Quatrilho (1995), indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e Flores Raras (2013). Além de produzir ou co-produzir filmes ao lado de cineastas como Nelson Pereira dos Santos, Miguel Borges, Anselmo Duarte, Marco Altberg e Vicente Amorim, Lucy Barreto é parte fundamental na construção do legado dos homens de sua vida, o marido, Luiz Carlos Barreto, e os filhos, Bruno e Fábio Barreto. Ao lado de LC, é responsável por uma lista de dezenas de títulos produzidos. Em 1982, produziu a estreia do filho Fábio na direção com o longa Índia, a Filha do Sol, fato que se repetiu também nos seus outros títulos: O Rei do Rio (1985), Luzia Homem (1987), Bela Donna (1998) e A Paixão de Jacobina (2002). Para Bruno, assinou a produção de Além da Paixão (1985), Romance da Empregada (1987), Bossa Nova (2000) e o também indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro O Que é Isso, Companheiro? (1997). Lucy ressalta a ligação de Gramado com sua trajetória profissional: “É com minha alegria e gratidão que aceito essa homenagem. Gramado faz parte da minha vida e da história da empresa que construí ao lado de Luiz Carlos e que completa seis décadas este ano”, diz.

Lucy Barreto receberá o troféu Eduardo Abelin

Quando vida e obra se tornam indissociáveis, elas se transformam em sinônimos. Lucy Barreto, natural de Uberlândia, é sinônimo do cinema brasileiro. Ao completar 90 anos em 2023, ela tem se dedicado à carreira cinematográfica desde o final da década de 1960, quando começou como assistente de cenografia em “Os herdeiros”, de 1968, em parceria com o diretor Cacá Diegues. Durante mais de meio século, sua atuação no audiovisual brasileiro a tornou reconhecida internacionalmente.

Não demorou muito para Lucy encontrar sua verdadeira vocação, que a levaria a ser lembrada nos anais da cinematografia brasileira: a produção. Já no início dos anos 1970, ela estreou como produtora em “O Homem das Estrelas”, de Jean-Daniel Pollet. Ao longo das décadas de 1970, 1980, 1990 e 2000, Lucy produziu importantes obras do cinema brasileiro, como “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), vencedor de três Kikitos, “Bye Bye Brasil” (1980), “O Quatrilho” (1995), indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e “Flores Raras” (2013).

Além de produzir ou co-produzir filmes ao lado de cineastas como Nelson Pereira dos Santos, Miguel Borges, Anselmo Duarte, Marco Altberg e Vicente Amorim, Lucy Barreto desempenhou um papel fundamental na construção do legado dos homens de sua vida: seu marido, Luiz Carlos Barreto, e seus filhos, Bruno e Fábio Barreto. Ao lado de Luiz Carlos, ela é responsável por uma extensa lista de títulos produzidos. Em 1982, produziu a estreia do filho Fábio na direção com o filme “Índia, a Filha do Sol”, uma parceria que se repetiu em outras obras, como “O Rei do Rio” (1985), “Luzia Homem” (1987), “Bela Donna” (1998) e “A Paixão de Jacobina” (2002). Já para Bruno, ela assinou a produção de “Além da Paixão” (1985), “Romance da Empregada” (1987), “Bossa Nova” (2000) e o também indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro “O Que é Isso, Companheiro?” (1997).

O Troféu Cidade de Gramado será concedido a Ingrid Guimarães em uma emocionante homenagem

Lucy destaca a conexão de Gramado com sua trajetória profissional: “É com muita alegria e gratidão que aceito essa homenagem. Gramado faz parte da minha vida e da história da empresa que construí ao lado de Luiz Carlos e que completa seis décadas este ano”, diz ela.

Falar sobre o cinema brasileiro sem mencionar o nome de Ingrid Guimarães é quase impossível. Nascida em Goiânia, ela iniciou sua carreira no teatro nos anos 1980 e, ao longo de mais de 35 anos de trajetória, conquistou sucesso tanto no teatro quanto na televisão e, principalmente, no cinema.

Ingrid foi uma peça fundamental na revolução que ocorreu no cinema nacional a partir dos anos 2000. Suas obras, como a trilogia “De Pernas Pro Ar” (2010-2019) e “Fala Sério, Mãe” (2017), lhe renderam o título de atriz brasileira mais assistida nos cinemas do século. Antes dela, apenas Xuxa e Sônia Braga haviam alcançado esse feito. Atualmente, ela está se preparando para o lançamento do filme “Minha Irmã e Eu”, onde contracena com Tatá Werneck, com estreia prevista para janeiro de 2024.

Ao longo de mais de 20 filmes, Ingrid deu preferência a obras humorísticas, gênero que a consagrou na televisão com o seriado “Sob Nova Direção”, exibido entre 2004 e 2007 pela TV Globo. Ela é uma defensora do humor, mas lamenta o menosprezo que o gênero muitas vezes recebe: “A comédia é tão desvalorizada, vista como um gênero menor, mais fácil. Por que a crítica é tão desrespeitosa com ela?”, questiona.

Apesar das adversidades, Ingrid conta com indicações às mais importantes premiações do país, como o Grande Prêmio do Cinema Brasileiro e o Prêmio ACIE de Cinema. Sobre a valorização do cinema nacional, ela é enfática: “É preciso manter nosso público fiel ao cinema brasileiro, senão corremos o risco de consumir apenas séries estrangeiras e filmes de super-heróis”.

Sobre o Troféu

O Troféu Eduardo Abelin representa uma homenagem prestada a diretores, cineastas e instituições do cinema brasileiro, reconhecendo seu trabalho em prol da indústria cinematográfica nacional. Essa distinção honra a memória do diretor Eduardo Abelin, um dos pioneiros do cinema gaúcho. Em 2001, o cineasta Carlos Reichenbach teve a honra de ser o primeiro agraciado com essa premiação. Outros notáveis que se juntaram a ele ao longo dos anos foram Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Carla Camurati e Laís Bodanzky, todos de relevância ímpar para o cinema brasileiro.

Por outro lado, o Troféu Cidade de Gramado tem como propósito reconhecer indivíduos que tenham laços com Gramado e o Festival de Cinema, por sua significativa contribuição para o desenvolvimento e divulgação da cidade e do evento. Desde a sua primeira edição em 2012, esse prestigioso prêmio foi concedido à aclamada atriz Eva Wilma, tornando-se uma das honrarias mais jovens outorgadas pelo Festival de Cinema de Gramado. Dentre os homenageados posteriores, destacam-se também personalidades como Tony Ramos, Ney Latorraca, Antonio Pitanga, Wagner Moura e Araci Esteves, que, de forma notável, contribuíram para enaltecer tanto a cidade de Gramado quanto esse importante festival de cinema.

Conheça a origem do município de Gramado:

Fonte
Mídiaplay Comunicações

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