Com a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022, o mundo foi profundamente impactado pela demonstração do poderio bélico de uma nação e pelas ameaças de Putin que foram cumpridas sem hesitação. Em consequência disso, os países que apoiaram os adversários da Rússia estão agora muito atentos a uma possível ameaça iminente de Putin relacionada ao uso de bombas nucleares.
Em junho de 2023, o presidente norte-americano Joe Biden confirmou a realidade dessa ameaça de Putin, especialmente no que diz respeito ao possível uso de tais armas nucleares em Belarus pela Rússia. Esse contexto gera muitas preocupações em nível global, e uma questão que frequentemente surge é: quantas armas nucleares o Brasil possui? E caso o mundo fosse envolvido em uma guerra nuclear em grande escala, como seria a situação do Brasil?
É importante esclarecer que o Brasil é um país comprometido com o Tratado de Não Proliferação Nuclear e possui uma política de desenvolvimento exclusivamente voltada para fins pacíficos de energia nuclear. Portanto, o Brasil não possui armas nucleares. Sua abordagem é baseada na diplomacia e na busca por soluções pacíficas para os conflitos internacionais.
Em relação a uma eventual guerra nuclear em massa, é crucial lembrar que tal cenário seria extremamente catastrófico para toda a humanidade, independentemente da posse de armas nucleares por parte de um país específico. O Brasil, como muitos outros países, certamente buscaria medidas para evitar conflitos de tal escala, promovendo o diálogo e buscando soluções diplomáticas em conjunto com a comunidade internacional.
Nesse contexto, é importante continuar trabalhando em prol da paz e da cooperação internacional para evitar qualquer possibilidade de um conflito nuclear e para lidar com questões globais de forma pacífica e equitativa.
Quantas ogivas nucleares o Brasil possui?
A resposta é negativa! Embora o Brasil possua capacidade tecnológica e conhecimento para desenvolver armas bélicas, não possui bombas nucleares. Existem várias razões pelas quais o Brasil não é detentor de ogivas nucleares atualmente, uma delas sendo o princípio estabelecido na própria Constituição Federal. De acordo com o artigo 21, “toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional”.
Adicionalmente, o Brasil é um dos países que aderiu ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que encoraja a responsabilidade na posse de armas bélicas desse impacto, embora não proíba o desenvolvimento de armamentos nucleares.
Entretanto, o Brasil possui um programa nuclear que teve início com estudos na USP (Universidade de São Paulo) na década de 30. Em 1947, Álvaro Alberto da Mota e Silva, oficial da marinha, elaborou a primeira política nuclear. Essa política foi aprovada pelo CSN (Conselho de Segurança Nacional) e implementada a partir de 1951, com o estabelecimento do CNPq (Conselho Nacional de Pesquisas).
Em 1956, o Brasil recebeu dos EUA um reator de pesquisa alimentado por urânio enriquecido a 90%, conhecido como “Atoms for Peace”, que foi instalado na Universidade de São Paulo, com autorização do governo federal.
Em um outro contexto, o Brasil colaborou com ações de apoio ao desenvolvimento de armas nucleares. Entre as décadas de 1970 e 1980, o país competiu com a Argentina na transferência de tecnologia à Alemanha Ocidental, a qual estava sob exigências da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Algumas opiniões políticas sobre armas nucleares no Brasil
Na década de 50, o presidente Getúlio Vargas demonstrou grande entusiasmo e apoio ao desenvolvimento da capacidade nuclear independente no Brasil. Em 2019, o deputado Eduardo Bolsonaro fez algumas declarações sobre seu apoio às bombas nucleares. No entanto, é importante destacar que essa posição não estava restrita apenas aos parlamentares de direita.
Em 2003, durante o governo de Lula, o então ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, causou polêmica ao conceder uma entrevista à BBC. Nessa ocasião, ele enfatizou que as áreas espacial e nuclear seriam prioridades para sua pasta e manifestou concordância com a ideia de que o Brasil deveria buscar o conhecimento necessário para a fabricação da bomba atômica.
Capacidade Nuclear de Outras Nações: Uma Análise do Poderio Bélico Mundial
Em junho de 2023, foi divulgado pelo presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que seu país começou a receber armas nucleares táticas da Rússia. Algumas dessas armas têm uma potência três vezes maior do que as bombas atômicas lançadas pelos EUA sobre Hiroshima e Nagasaki em 1945. Atualmente, é de conhecimento geral que Rússia e EUA juntos detêm quase 90% das ogivas nucleares em todo o mundo, e países como a Coreia do Norte são conhecidos por possuírem um poderio bélico alarmante.